Viajandona
Pela segunda vez em sua vida, Diana pegou um avião e seguiu para Passo Fundo. Dessa vez, acompanhada apenas do pai. Nem preciso contar a festa que tem sido na casa dos avós gaúchos. As sobrinhas do Lúcio estão por conta: ficam em volta da menininha o tempo todo, trocando roupas, brincando, passeando de mãos dadas. A tia e madrinha Arleti, que não tem explicação, não só dá banho, como faz comida e bota para dormir, depois de escovar os seis dentes e preparar a mamadeira.
Eu fico só pensando no ganho imenso para essa relação. Por exemplo, mesmo morando longe nesses cinco anos, o Luca sempre teve uma enorme intimidade com a tia Arleti. A criança sente quando agrada, quando os adultos se esforçam, se dedicam por prazer, por amor. Com a Diana será a mesma coisa. Ela vai senpre se sentir em casa.
Enquanto isso, Luca e eu estamos livres, leves e soltos. Ontem passamos o dia num churrasco da escola, num clube com piscina e quadras de esporte. Não adianta: o Baby não gosta de esporte. Fica ansioso com a competição, só quer medalha, medalha. Isso tem de melhorar. Ele prefere outro tipo de arte.
Por exemplo, depois do churrasco, ficou um bom tempo ouvindo uma banda de hip hop que participava na rua da abertura da loja Addict, no Baixo Leblon. Folheou vários livros na área infantil da Letras & Expressões. E antes de dormir desafinou um pouco no cavaquinho que acabou de ganhar da tia Jana.