As aventuras de Diana e Luca no Rio de Janeiro

quinta-feira, 20 de março de 2008

Quebrando a cabeça

Prometo que nunca, mas nunca mais, nunca mais mesmo, vou deixar o Luca andar sem cinto de segurança no banco de trás do carro. O Baby está super bem, mas ontem passamos um susto, eu e ele. Depois de buscá-lo na casa de um amigo, eu estava exausta de um longo dia de trabalho, freei bruscamente ao ser fechada por um motorista. O Luca caiu e bateu com a testa no chão. Eram 21h30. Perdi muito tempo brigando com ele, explicando a importância de usar o cinto e ficar quieto, até perceber que o Baby estava realmente machucado. O choro não era manha.

- Mãe, tem gasolina no chão do carro, mãe. Olha a minha mão como está suja.

Não era gasolina, era sangue mesmo. O corte de menos de um centímetro sujou o banco do carro, o rostinho e as mãos do filhote. Eu tremia muito, chorava também, mas consegui dirigir até em casa e buscar o Lúcio. O passo seguinte foi o excelente Miguel Couto, onde residentes e médicos experientes nos garantiram que o corte não demandaria nem um ponto, só uma fita adesiva. (Até então, a gente não tinha noção da dimensão do machucado.) Quando a adrenalina baixou, quando vi que tudo estava bem, a culpa subiu à cabeça e achei que iria desmaiar.

- Gente, agora que o menino está bem, vamos cuidar da mãe, ela está branca - disse um dos médicos.

Tive de me sentar, baixar a cabeça, levantar, chorar muito. A sensação de fraqueza, culpa, tristeza, pena de mim mesma, contrastava com o bom humor do Luca, que já fazia piada com os médicos e se animava com a proximidade do raio-x.

- Vão tirar um retrato de dentro da minha cabeça?!

Tiraram. E o Baby não teve absolutamente nada grave. O sangue excessivo era de algum vasinho atingido no alto da testa. Mas quem disse que eu conseguia me desligar? Em casa, perto das onze da noite, fiz um lanche de queijo-quente, Danoninho, suco, chiclete, chocolate M&Ms, tudo que o Luca ama.

- Mãe, os doces, só depois do salgado. Vou começar pelo pão com queijo.

Eu me derreto mesmo. O Baby é muito maduro e responsável em alguns momentos. Não tem frescura, sabe ser companheiro mesmo quando a mãe pisa feio na bola. Como no mundo da justiça, tem hora em que a culpa é maior do que qualquer castigo ou julgamento.

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8 Comentários:

Blogger Mic disse...

Puxa, Cris, que susto! Realmente é importante insistir pra usar o cinto de segurança, né? A partir de agora, tenho certeza que vai ser o próprio Luca quem vai pedir pra colocar! ;)

E fique bem, você é uma ÓTIMA mãe!

bjs

21 de março de 2008 às 15:41

 
Anonymous Anônimo disse...

Ai cris quase choro nesse post... essa culpa imensa que nós maes sentimos e sentiremos por tantos anos. No fundo, qualquer coisa de mal que aconteca a eles, sempre buscamos uma culpinha nossa la no fundo... Isso é ser mãe né, a obrigação de cuidar, de proteger de querer ser perfeita... faz parte. Beijao!

21 de março de 2008 às 21:39

 
Blogger Ellen disse...

Cris, lendo deu um aperto, a verdade é que a gente(eu) tem costume de achar que quem tá sentado no banco de trás não precisa usar o cinto, e são muitos que pensam assim, mas é importante mesmo. Ainda bem que foi só o susto, e vocês estão bem ;-)

24 de março de 2008 às 09:41

 
Blogger Thales e Graziela disse...

Cris, imagino o que você passou. Realmente a gente não pode dar uma bobeada né?! É até cruel isso porque a gente se preocupa e tenta fazer tudo certo quase o tempo todo e numa marcadinha... Ainda bem que nada grave aconteceu. Ontem fiquei passada porque numa matéria do Fantástico mostrando as desventuras de dois grupos que pegaram estrada os passageiros de trás, mesmo as crianças, não estavam de cinto e NINGUÉM do programa falou nada. Achei o fim!!!
Amiga eu também passei um feriado daqueles, depois vou postar sobre o ataque dos virus aqui.

beijos, Graziela

Ah passa muito off em todos vocês aí, tô com medo dessa dengue. Um reporter aqui que fez séria para o JN diz que protege.

24 de março de 2008 às 11:45

 
Blogger Cris Campos disse...

Cris!!! Que bom que não foi nada grave. Mas sofri com vc ao ler o post. Filhos não deviam se machucar nunca! Beijos pra vcs. Cris

24 de março de 2008 às 14:57

 
Anonymous Anônimo disse...

Cris,
por mais atenção que a gente tenha, coisas assim acontecem. Não se culpe. Você é minha fonte de inspiração como mãe(juro!). Acho que você sabe, como poucas, se dividir entre os diferentes papéis que nós mulheres precisamos desempenhar.
O Luca sabe disso melhor do que ninguém.
Sobre reuniões de escola... Minha mãe era chamada uma vez por semana por causa do meu irmão. Estou com o Lúcio... E também somos todos apaixonados pelo seu filho aqui em casa, viu?

Um beijo grande

Lu

ps: adoramos a visita no sábado. uma delícia!!!!!

24 de março de 2008 às 15:01

 
Blogger Cristiana disse...

Obrigada, meninas! Eu sempre uso cinto no banco de trás do carro. O que aconteceu é a prova de que não devemos nunca deixar de insistir - mesmo que a gente fique com jeito de chata! Beijos e obrigada pelo carinho, Cris.

24 de março de 2008 às 23:28

 
Blogger Ana Kessler disse...

Ai, Cris, chorei! Imagino o que você sentiu. Afe!!! Mas ainda bem que Deus nos dá esses pequenos sustinhos para nos protegermos bem nos sustões, né? Bjbj

26 de março de 2008 às 13:35

 

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